sábado, 27 de julho de 2013

Sidarta


“Acumulei dinheiro, esbanjei dinheiro, habituei-me a adorar o meu estômago e adular os meus sentidos. Era preciso que eu vivesse assim por longos anos, sacrificando o meu espírito, esquecendo a arte de pensar, esquecendo a unidade. Não parece de fato que lentamente, trilhando estrada sinuosa, transformei-me de um homen numa criança e de um filósofo num tolo? E, todavia, acho que esses desvios me fizeram um grande bem. O pássaro que antigamente cantava no meu peito não morreu ainda. Mas que jornada extraordinária, careci passar por tamanha insensatez, por tantos vícios e erros, por um sem números de desgostos, desilusões tristezas, só para voltar a ser criança e para começar de novo. E apesar de tudo isso, fiz bem agindo dessa forma. Meu coração esta de acordo e meus olhos enxergam aquilo com prazer. Coube-me em sorte o pior desespero. Foi necessário que me degradasse até ao mais estúpido de todos os propósitos e pensasse no suicídio, para que me acontecesse à graça, para que eu ouvisse o “OM” para que eu fosse dado dormir com calma e acordar e refeito. Tive de pecar, para que pudesse tornar a viver. Aonde me levará agora o meu destino? Meu caminho parece louco, faz curvas, talvez me conduza num círculo fechado. Seja como for, vou segui-lo”.
Sidarta
série 9 meses

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